Para quem não conhece a história, o movimento do setembro amarelo se originou em 1994, quando Mike Emme, um rapaz americano, dono de um Mustang 68 Amarel, acabou cometendo suicídio com apenas 17 anos. Seus parentes e amigos relataram que não tinha percebido nada que pudesse levantar um alerta sobre sua intenção e durante seu funeral, foram entregues cartões e fitas amarelas com a mensagem “Se precisar, peça ajuda. ”. Essa ação acabou percorrendo o mundo e alguns jovens passaram a utilizar cartões amarelo para pedir ajuda a pessoas próximas.
Ainda essa semana em uma conversa informal, um profissional que atua na área de saúde mental comentou que os horários mais concorridos para agendamento de consultas é bem cedo, ou após o horário comercial, porque as pessoas ainda não se sentem confortáveis em abrir para as empresas que estão em tratamento com psiquiatra e/ou psicólogo. Esse é apenas um dos indícios que ainda temos muito a avançar quando o tema é Saúde Metal e nos faz refletir o sobre o a importância de criar mais espaços para se falar sobre o tema, não só no mês de setembro, mas, o ano inteiro.
E se tem um legado que a pandemia nos trouxe, foi a coragem de levantar a bandeira da saúde mental, passamos a falar mais sobre o assunto, muitos projetos foram desenvolvidos para dar suporte as pessoas, redes de apoio surgiram e muitos conteúdos foram compartilhados. Estamos avançando aos poucos, aprendendo a pedir ajuda, a conhecer os nossos limites, a respirar de forma consciente, a perceber sinais de alerta, olhar para o próximo, ouvir com mais cuidado e empatia, prestar atenção no outro, compreender a importância dos relacionamentos, das conversas e até mesmo do silêncio.
Aqui na TWS também tivemos nossos desafios, mas, como sempre nos preocupamos em proporcionar momentos de diálogo em equipe, as ações de apoio vieram de forma mais natural, muitas delas inclusive por sugestão da própria equipe. Firmamos parceria com o Psisocial (uma plataforma de terapias online), englobamos temas relacionados a saúde mental em projetos de troca de conhecimento, convidamos especialistas para falar sobre o tema, aumentamos a frequência das aulas de laboral, incluímos exercícios de respiração, criamos o “Minuto da Saúde” com dicas de autocuidado, abrimos a nossa “Cozinha Virtual” para tomar um café com os colegas e descontrair um pouco.
Tivemos dias de tempestade, dias que o vento soprou mais forte para algumas pessoas, mas foi justamente nesses dias que vimos o apoio ser colocado em prática, presenciamos as pessoas puxarem seus guarda-chuvas para cobrir seus colegas, estendendo as mãos e segurando a dos outros para que pudesse suportar as rajadas de vento, e por várias vezes foi possível ouvir ao fundo “Se alguém precisar de ajuda, estamos aqui”. Que possamos continuar sempre alertas!